pouca terra, pouca terra...

Hoje foi dia de aventura. Pusemos o nosso melhor "look" de nativo e lá apanhámos o ônibus em direcção ao centro da cidade. Tinhámos combinado com uma coleguinha ir fazer um passeio de trem. Felizmente, ela atrasou-se e então como recompensa levou-nos a visitar o mercado central, tão desejado por nós. Lá nos dirigimos em direcção ao "ovni"...
É um edifício interessante mas com bastantes contradições. Tal como muitos outros edifícios cá na cidade, nega a relação com a rua e a envolvente próxima. O piso térreo que deveria ser uma grande praça ligada ao exterior, mais parece uma sub-cave, pois liga directamente com o estacionamento. Como todos os edifícios, encontra-se cercado por muro e grade.

Chegou a hora de embarcarmos no trem. O trem é usado pela classe mais baixa... e atravessa muitos dos bairros sociais que se encontram na periferia da cidade. É incrível a separação social que existe neste país. Impressionante é saber que existem jovens desta sociedade, de classes sociais superiores, que nem consciência têm disto... que nem esta parte da cidade conhecem... que sequer faz parte da mesma cidade em que eles vivem...
Quanto ao trem foi fantástico. Peculiar... este trem de um mundo subdesenvolvido. As carruagens eram muito estreitas, não tinham interligação com as seguintes e os bancos eram corridos nas laterais. A degradação da composição era de tal ordem que apresentava buracos de tanta ferrugem. As janelas eram cobertas de gradeamento, para evitar que mais pedras ferissem passageiros (mas por que será que membros da mesma comunidade e estrato social se atacariam uns aos outros? não consegui ainda compreender.). As pessoas que transportava eram todas simples... contudo o ambiente não era totalmente confortável para se tirar umas fotos. Preferimos manter o low-profile. Lá fomos nós até ao final da linha e voltámos... Uma aventura que valeu pela experiência e por uma nova amizade com a nossa amiga cearense.